domingo, 28 de março de 2010

O Menina e o Vento



Era uma vez, uma cazinha amadeirada. Bem distante, no meio do nada. Onde uma jovem menina, dependuravasse pela sacada e de acordo com os devaneios de seus pensamentos se balançava. Aos poucos o vento, que por ali passava assoprava em seus ouvidos: _Tome tento menina, ou levo-ti comigo. A menina desajuizada, permaneceu a se balançar, mesmo com o vento quase á levar. Como uma pluma as vezes a menina pairava no ar. Ao vento começou a desafiar. Furioso o vento assoprou: _Menina atrevida! A menina o respondeu com um suave sorriso. Naquele momento a fúria do vento, tornou-se encanto. Admirado, pela menina atrevida, que no fundo mostrava-se doce. O forte vento transformou se em brisa e sussurou para a menina: _A menina, se eu pudesse realmente ti levaria comigo. A menina mais uma vez se gracejou em sorrisos, rodopiou com o vento na sacada. Até que caiu no chão cançada e assistiu o vento partir. O vento saiu como brisa, passeou avassalador pela noite. Voltava a sacada da casa amadeirada como brisa todos os dias, para brincar com a menina. Os anos passaram e o vento assistiu a menina virar mulher, a brisa não se continha mais como brisa. O vento estava quente, afoito, inqueto. Pela primeira vez a menina agora mulher, assistira o vento ficar sem ar, perder o folêgo. Pela primeira vez o vento tocou a pele de sua menina com malícia. Após a tocar mais uma vez o vento partiu, insano vagou por terras distantes e no outro dia ali estava no mesmo lugar a contemplar sua menina. Partia e voltava todos os dias. A menina sempre estava ali no mesmo lugar, com o mesmo sorriso. O tempo passou, a menina, que virou mulher, agora havia envelhecido. O vento antes sagaz, agora carregava consigo a estória de mais uma vida. Nos olhos daquela anciã o vento sempre enchergara sua menina. Continuara a voltar todos os dias. Até que um dia o vento chegou e quem havia parido era sua menina.